No
dia 15 de outubro de 2016, a Faculdade Municipal de Palhoça, principalmente as
turmas de Pedagogia da 1ª, 3ª e 7ª fase realizaram uma saída de campo na busca
de experiências e conceitos que colaborassem na proposta pedagógica do curso. O
espaço escolhido foi a EEB Vinte e Cinco de Maio localizada no interior do
município de Fraiburgo. Viajaram durante aproximadamente 07h00, até chegar à
comunidade Faxinal do Domingues II, no Assentamento Vitória da Conquista,
Fraiburgo-SC.
Depois de recepcionados os visitantes foram acolhidos no
auditório e deram-se início aos trabalhos. A apresentação aconteceu em quatro
momentos:
a) História
da Escola. A EEB Vinte e Cinco de
Maio está localizada em área de assentamento (32 ha) e Professor Agnaldo
Cordeiro comentou que a escola foi pensada como espaço de formação aos filhos
de camponeses, no sentido de promover uma educação qualificada e profissional;
b)
História do Assentamento na qual a escola está inserida: Seu Roque Pereira, membro da comunidade escolar expôs
como se deu o início do movimento e consequentemente como tudo foi acontecendo
até chegar os dias atuais.
c)
Proposta pedagógica da unidade escolar: Professor
Ariel Bonadiman relatou que o processo pedagógico ao mesmo tempo é um processo
político, visando à transformação social e baseada fundamentalmente na justiça,
na democracia e nos valores humanistas. A escola está voltada à implementação
de um modelo de desenvolvimento rural capaz de suprir as reais necessidades e
interesses do trabalhador camponês, buscando estabelecer novas relações de
produção no campo e na cidade, apontando a cooperação como estratégia de
organização e viabilidade social. A formação do curso está voltada aos
princípios da Agroecologia.
d)
Visitas as unidades didáticas e de experiências da escola: depois desse debate chegou a hora das visitas às
experiências pedagógicas e didáticas: Siscal (Sistema de Suínos Criação ao Ar
Livre), Horta Mandala, Minhocário, Bovinocultura, Cisterna, entre outros.
Esta
troca de experiências ou saberes teve como objetivo da turma do curso de
Pedagogia de Palhoça trabalhar um olhar antropológico para outra realidade.
Isto é, sair do espaço urbano e conhecer a produção de existência do povo
camponês, especificamente pessoas que passaram pelo processo de organização e
luta pela terra, acampamento, estando assentadas em terra que antes era
latifúndio e agora produz vida de centenas de famílias. Objetivou-se também
entender na prática, como funciona uma escola do campo, o que os jovens
realizam dentro desse espaço. As interligações desses elementos estão
relacionadas à disciplina de Educação e Juventude (componente do curso),
no desafio de entender e descontruir o pensamento de que o jovem é visto como
problema social, porque na perspectiva de ambas as escolas, o jovem deve ser
entendido como solução para a sociedade.
O
grupo da Faculdade de Palhoça, veio formado por 36 pessoas ligadas ao curso de
Pedagogia. Além das professoras Juliane Queiroz Odinino, Ivanir Maciel, Ana
Claudia Taú, Maria Fernada Diogo vieram vinte e três estudantes, cinco
acompanhantes e quatro crianças. A saída de estudo foi uma iniciativa dos
alunos junto à disciplina de Ciências Sociais e Educação II e está ligado a
projeto
integrador da 3ª fase do curso. O projeto resultará
numa produção áudio visual construída a partir da documentação da visita a EEB
Vinte e Cinco de Maio
A
EEB Vinte e Cinco de Maio, além das pessoas acima citadas, também tiveram o
apoio da Professora Alciana Cúnico, Arlete Bonadiman, Joseséia Pereira, Gibrail
Cordeiro, Simone Rohden e estudantes do EMIEP (Ensino Médio Integrado a
educação Profissional) Técnico em Agroecologia.
O
resultado desse trabalho é a reflexão e a compreensão do papel da escola na
formação da sociedade. Pensa-se que a escola tem a função de proporcionar aos
sujeitos a condição de pensar, observar, refletir, experimentar e criar. Mas a
escola que se forma e constrói ao nosso redor é mercantilista, capitalista,
formadora de forças produtivas de trabalho para o mercado, para a indústria,
para o ser humano que pensa que escola é para isso. Os nossos jovens precisam
de espaços para pensar, mas o modelo de SISTEMA não deixa. Por isso os jovens
estão morrendo. Jovens do campo e da cidade.
Coletivo
de Educadores do Campo e da Cidade
Fraiburgo SC, out 2016