terça-feira, 8 de novembro de 2016

COMPARTILHAMENTO DE SABERES DO CAMPO E DA CIDADE

No dia 15 de outubro de 2016, a Faculdade Municipal de Palhoça, principalmente as turmas de Pedagogia da 1ª, 3ª e 7ª fase realizaram uma saída de campo na busca de experiências e conceitos que colaborassem na proposta pedagógica do curso. O espaço escolhido foi a EEB Vinte e Cinco de Maio localizada no interior do município de Fraiburgo. Viajaram durante aproximadamente 07h00, até chegar à comunidade Faxinal do Domingues II, no Assentamento Vitória da Conquista, Fraiburgo-SC.
Depois de recepcionados os visitantes foram acolhidos no auditório e deram-se início aos trabalhos. A apresentação aconteceu em quatro momentos:

 a) História da Escola. A EEB Vinte e Cinco de Maio está localizada em área de assentamento (32 ha) e Professor Agnaldo Cordeiro comentou que a escola foi pensada como espaço de formação aos filhos de camponeses, no sentido de promover uma educação qualificada e profissional;
b) História do Assentamento na qual a escola está inserida: Seu Roque Pereira, membro da comunidade escolar expôs como se deu o início do movimento e consequentemente como tudo foi acontecendo até chegar os dias atuais.
c) Proposta pedagógica da unidade escolar: Professor Ariel Bonadiman relatou que o processo pedagógico ao mesmo tempo é um processo político, visando à transformação social e baseada fundamentalmente na justiça, na democracia e nos valores humanistas. A escola está voltada à implementação de um modelo de desenvolvimento rural capaz de suprir as reais necessidades e interesses do trabalhador camponês, buscando estabelecer novas relações de produção no campo e na cidade, apontando a cooperação como estratégia de organização e viabilidade social. A formação do curso está voltada aos princípios da Agroecologia.
d) Visitas as unidades didáticas e de experiências da escola: depois desse debate chegou a hora das visitas às experiências pedagógicas e didáticas: Siscal (Sistema de Suínos Criação ao Ar Livre), Horta Mandala, Minhocário, Bovinocultura, Cisterna, entre outros.
Esta troca de experiências ou saberes teve como objetivo da turma do curso de Pedagogia de Palhoça trabalhar um olhar antropológico para outra realidade. Isto é, sair do espaço urbano e conhecer a produção de existência do povo camponês, especificamente pessoas que passaram pelo processo de organização e luta pela terra, acampamento, estando assentadas em terra que antes era latifúndio e agora produz vida de centenas de famílias. Objetivou-se também entender na prática, como funciona uma escola do campo, o que os jovens realizam dentro desse espaço. As interligações desses elementos estão relacionadas à disciplina de Educação e Juventude (componente do curso), no desafio de entender e descontruir o pensamento de que o jovem é visto como problema social, porque na perspectiva de ambas as escolas, o jovem deve ser entendido como solução para a sociedade.
O grupo da Faculdade de Palhoça, veio formado por 36 pessoas ligadas ao curso de Pedagogia. Além das professoras Juliane Queiroz Odinino, Ivanir Maciel, Ana Claudia Taú, Maria Fernada Diogo vieram vinte e três estudantes, cinco acompanhantes e quatro crianças. A saída de estudo foi uma iniciativa dos alunos junto à disciplina de Ciências Sociais e Educação II e está ligado a projeto
integrador da 3ª fase do curso. O projeto resultará numa produção áudio visual construída a partir da documentação da visita a EEB Vinte e Cinco de Maio
A EEB Vinte e Cinco de Maio, além das pessoas acima citadas, também tiveram o apoio da Professora Alciana Cúnico, Arlete Bonadiman, Joseséia Pereira, Gibrail Cordeiro, Simone Rohden e estudantes do EMIEP (Ensino Médio Integrado a educação Profissional) Técnico em Agroecologia.
O resultado desse trabalho é a reflexão e a compreensão do papel da escola na formação da sociedade. Pensa-se que a escola tem a função de proporcionar aos sujeitos a condição de pensar, observar, refletir, experimentar e criar. Mas a escola que se forma e constrói ao nosso redor é mercantilista, capitalista, formadora de forças produtivas de trabalho para o mercado, para a indústria, para o ser humano que pensa que escola é para isso. Os nossos jovens precisam de espaços para pensar, mas o modelo de SISTEMA não deixa. Por isso os jovens estão morrendo. Jovens do campo e da cidade.
Coletivo de Educadores do Campo e da Cidade
Fraiburgo SC, out 2016









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